
Ponto Cru é uma rubrica que explora primeiro o lado pessoal e depois o profissional dos seus convidados. O convidado que se segue é Jonathan Seiller, chefe do restaurante Vinha, em V.N. Gaia.
Se fosses um ingrediente, qual seria e porquê?
Manteiga. Sendo francês, sei que é um pouco óbvio, mas uma coisa é certa: manteiga, seja normal ou composta, consegue fazer diferença em qualquer prato.
Qual é a tendência gastronómica atual que menos te agrada e porquê?
Com honestidade, a tendência do veganismo. Não é que me desagrade, mas é com a qual me sinto menos à vontade. Sendo um omnívoros confirmado e amante de carnes, não me identifico totalmente com ela.
Quando vais a um restaurante de fast food, qual é o teu pedido habitual?
Não vou muito a restaurante de fast food. Prefiro tascas ou casas de comida tradicional. Um lombo assado de comer à colher num domingo, por exemplo, ou um simples mas bom frango assado.
O que gostas de cozinhar quando estás em casa, longe do trabalho?
Gosto muito de fazer arrozes caldosos - algo que descobri em Portugal! Mas também frango, peixes e legumes.
Que música não pode faltar na playlist da tua cozinha?
Hip Hop, Rap americano e francês, e também muito ACDC, Metálica, etc.
Qual foi o maior elogio que já recebeste por um prato que criaste?
Até hoje, o melhor elogio que recebi foi de uma senhora que me disse, com lágrimas nos olhos, que o meu prato lhe lembrava a infância. Sendo francês e sem raízes portuguesas, fiquei contente e orgulhoso. Transmitir sentimentos e emoções através da comida é, para mim, uma das maiores satisfações.
Qual é o som mais satisfatório na cozinha para ti?
Sou apaixonado por cozinha. Adoro ouvir carnes ou peixes a selar na frigideira, caldos ou jus a borbulhar, crocantes a estalar, legumes ou outras guarnições a saltear.
Se pudesses reivindicar a criação de um prato da cozinha portuguesa ou mundial, qual seria?
Pratos portugueses? Acho que não tenho esse direito, pois estou em Portugal há apenas 17 anos. Um prato internacional: reivindicaria o molho béarnaise, que combina com tudo — peixes, carnes, vegetais. É um molho extremamente guloso e versátil.
Que restaurante tradicional português acreditas que merecia uma estrela Michelin?
É relativo, porque após ganhar uma estrela Michelin, tudo muda — para os donos, para os empregados e para os consumidores. Mas tenho um: Casa Guedes, pela consistência e qualidade que mantém sempre.
Qual é o teu maior sonho enquanto chefe de cozinha?
Já atingi o meu primeiro sonho de criança: ganhar uma estrela Michelin. Desde que entrei numa cozinha, era esse o meu objetivo. Agora, prefiro focar-me em novos objetivos e metas, que já não são apenas relacionados com ser chef de cuisine.
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